Bebês são como pequenos cientistas, por que desde o nascimento experimentam e analisam o mundo ao redor. Eles aprendem e adquirem habilidades em uma velocidade incrível, o que ocorre em função da alta maleabilidade das conexões cerebrais, a chamada plasticidade cerebral. Por isso, o desenvolvimento dos bebês é altamente sensível e dependente das experiências. Quando bebês são expostos a fatores de risco, como doenças, violência, ou quando sistematicamente não recebem estimulações ou cuidado de qualidade, isso pode impactar o desenvolvimento definitivamente. Quando há suspeitas de que um bebê não está atingindo seu potencial, a avaliação é uma medida protetiva fundamental. Ela geralmente tem como como objetivo central a identificação de necessidades e/ou riscos de resultados adversos. Por vezes, as grandes variações no desenvolvimento típico, mesmo de um dia para o outro, dificultam a identificação de atrasos e prejuízos desenvolvimentais. Por isso, na avaliação de bebês, a abordagem multimétodo, que inclui técnicas e procedimentos diversificados, bem como diferentes informantes, é fundamental. Dentre eles, destacam-se os instrumentos padronizados de avaliação; as entrevistas com mãe, pai, professores da educação infantil e demais cuidadores do bebê; observação do bebê e da interação cuidadores-bebê e professores-bebê; e, preferencialmente, uma consideração destes dados de forma longitudinal. Cada um destes procedimentos, isoladamente, tem vantagens e limitações, discussão que podemos retomar em outro momento. A avaliação exige que o profissional tenha conhecimento, em profundidade, de teorias sobre o desenvolvimento infantil e da prática clínica com esse público. Idealmente, a avaliação de bebês deve incluir o olhar multiprofissional. Ela deve, por fim, direcionar as ações e encaminhamentos necessários a partir da conclusão, por meio de uma comunicação clara e objetiva com os pais, responsáveis e profissionais.
Por: Profa. Mônia Aparecida da Silva (UFSJ)
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