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Alexitimia e perfeccionismo: uma relação possível? Vocês sabem o que é a alexitimia?


Alexitimia se refere a uma dificuldade em identificar emoções (ter clareza de que se está com medo ou raiva); diferenciar as emoções de respostas fisiológicas normais (confundir ansiedade com ritmo cardíaco acelerado depois de uma caminhada) e descrever emoções para outras pessoas (dizer para o namorado o que está sentindo depois de uma discussão). Como dito no post anterior sobre perfeccionismo e processamento emocional, o perfeccionismo se refere à uma característica de personalidade que envolve uma busca por altos padrões de desempenho (aspecto adaptativo) aliada à uma forte tendência autocrítica quando tais padrões não são alcançados (aspecto desadaptativo).


Mas o que uma coisa tem a ver com a outra?


Quando um indivíduo apresenta dificuldade para identificar, diferenciar e descrever suas emoções, é esperado que ele apresente também dificuldade para as entender, atribuir sentido a elas, aceitá-las e regulá-las de forma adequada. Como consequência desse quadro, é possível que um indivíduo alexítimico responda de forma pouco satisfatória à uma situação em que haja ativação de alguma emoção intensa. E é aqui que os perfeccionistas desadaptativos entram nessa história. Eles tendem a apresentar dificuldades em lidar com suas emoções em decorrência de não conseguir nomeá-las, descrevê-las ou entrar em contato com sua experiência. Em situações de fracasso, por exemplo, em que é esperado que surjam emoções relacionadas à frustração, os perfeccionistas tendem a compensar suas emoções ativadas pelo fracasso com críticas excessivas a si mesmos e autoculpabilização, o que os leva a acreditar que na próxima situação devam se dedicar ainda mais para que alcancem o sucesso. Assim, tal funcionamento pode levar o indivíduo a buscar padrões cada vez mais altos, pois isso significaria não entrar em contato com experiências emocionais desagradáveis. Nesse sentido, é importante desenvolver estratégias que possam contribuir para a facilitação da leitura de indivíduos perfeccionistas sobre suas emoções e propiciar maior compreensão do significado de tais emoções sobre seu contexto de vida.


Por: Sthefanie Fernandes

Terapeuta Cognitiva, Mestranda do PPG Psicologia: Cognição e Comportamento

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