Já parou para pensar que em muitos momentos do dia a dia atribuímos características a nosso respeito? “Sou rápido para fazer contas”, “Não sou boa em esportes”, “Não sirvo para cozinhar”, e assim por diante. Esses pensamentos são atribuições que o indivíduo faz sobre si e faz parte do processo de autoconhecimento, que é definido como a percepção que o indivíduo tem sobre suas próprias características, incluindo aspectos físicos, habilidades, dificuldades, desejos, manejo de emoções, identificação de fontes de estresse e quaisquer outras percepções sobre si. O autoconhecimento é visto como uma habilidade para vida segundo a Organização Mundial da Saúde, por isso é uma ferramenta que auxilia no enfrentamento dos desafios da vida diária de maneira mais saudável e positiva. Isso significa que se a pessoa reconhece suas fontes de estresse, ela pode tentar evita-las ou se preparar de forma melhor para enfrentá-las. Pensando nesse momento de isolamento social e das adaptações que estão sendo necessárias na vida cotidiana, o autoconhecimento torna-se de extrema importância, pois é uma forma de reduzir os danos. Por exemplo, inserir na rotina atividades que fazem bem dentro das possibilidades de cada um. Para alguns pode ser uma atividade física dentro de casa, para outros será experimentar novas receitas na cozinha, ou ainda estimular jogos em família. Da mesma forma, o autoconhecimento auxilia na identificação daquilo que não faz bem, como comer certos alimentos, excesso de sono, ficar na frente da televisão por muitas horas, etc. O autoconhecimento pode ser aprimorado em qualquer etapa da vida, quanto mais desenvolvido melhor é o enfrentamento diante das situações desafiadoras. Uma sugestão para ajudar nesse processo é criar uma lista com as seguintes atividades: habilidades, dificuldades e situações que alteram o humor tanto para tristeza e raiva como para alegria e bem-estar. Deixe essa lista em um lugar de fácil acesso e a cada descoberta preencha com novas atividades. A partir dela é possível escolher aquilo que vai gerar mais autocuidado, bem-estar e qualidade.
Por: Isabela Maria Ferreira
Psicóloga, Neuropsicóloga, Doutorada do PPG em Psicologia FFCLRP-USP)
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